Não posso dar-me ao luxo de dispensar o meu Chefe de Equipa.
Mas também não posso ignorar o seu gesto que verdade, verdade, ainda não sei se terá alguma na manga.
A minha relação com o Magalhães é e sempre será, pura e estritamente profissional. E ele sabe-o, já me conhece um pouco nas atitudes que tomo relativamente a trabalho, por isso o inusitado da orquídea veio levantar uma barreira.
Não vejo porquê tanto interesse em tentar uma aproximação, uma ajuda como ele diz. Especialmente porque não preciso de ajuda e mais concretamente porque nunca me abriría com uma pessoa que se cruza comigo diariamente e sabe muito sobre as minhas jogadas aqui na empresa.
Além disso, tenho o pateta alegre, pago-lhe para me ouvir, para eu o sarnar com os meus silêncios, para o deixar em ponto-rebuçado.
São duas coisas distintas.
E distinto e oposto são relações de trabalho e de amizade ou até mesmo amor.
Não acredito na sua funcionalidade nem lhes dou credibilidade.
Atirei-me ao estagiário que estava de saída por isso mesmo, porque estava de partida e porque naquela tarde o dia tinha-me corrido bem e apetecía-me divertir. Mas nem chegou a acontecer nada! Assim que lhe pedi que fechasse a porta e lhe solicitei a virilidade o rapaz fugiu. Literalmente.
O Magalhães não é o estagiário. É um homem. Um excelente profissional.
Vamos ter de conversar. Mesmo. E sem floreados.
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