Que semana longa, esta.
Estou arrasada. E quanto mais cansada menos tenho dormido. A cabeça atormenta-me entre coisas do passado e outras do presente, baralha-se, adormeço e desperto com o coração disparado e suada.
Nem sequer posso ir para o quarto das visitas que aquilo está encalhado: nem pronto e frio como dantes, nem renovado, que deixei o projecto interrompido e a mobilia está amontoada.
Só abro a porta e vem aquele halo gelado de quem nunca ali viveu. Arrepio-me. Volto para o meu quarto mas não consigo nenhuma posição confortável que me embale e me leve no sono.
Hoje quando daqui saír vou dar um giro, ver gente, ouvir ruídos diferentes dos dos dedos a baterem à minha porta do gabinete, ou o som do telefone que não é atendido.
Preciso de tomar vida, beber vida, ver agitação de quem ri e fala e flirta.
E depois talvez, descanse. Talvez. Na minha casa vazia.
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