Aquela conversa toda sobre a ausência do meu pai não tem nexo algum. Quem desapareceu do mapa foi o que me fez, o que gostou da meia hora em cima da minha mãe e se assustou com a eternidade de ter que ser pai para o resto dos dias.
Mas tive um pai, um homem amoroso que cuidou de mim e que me ensinou a força do querer.
Claro que também cuidou da minha mãe mas linda como ela é qualquer um tomaría conta dela e a amaría.
De mim sería mais dificil, ele nunca virou a cara ao desafio de me ter por perto.
Se há alguém de quem sinta verdadeiras saudades é dele, do seu olhar, da forma como se dobrava para ficar do meu tamanho e das coisas que me dizía rente ao ouvido...
Do outro não sei nem quero saber.
Nunca tive aquele mórbido despertar que tantas vezes se noticia nos media da menina que passou a vida à procura do paizinho, estafermo, que se baldou e agora cheira-lhe aos seus minutinhos de fama.
Por mim pode estar para onde partiu.
No inferno.
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