Há quem refira que se lembra bem do primeiro amor.
Eu não me lembro. É tudo muito nebuloso, baralhado, misturo épocas e caras, acabo sem ter a certeza de quem foi.
Mas lembro-me da minha primeira vez e com quem foi e como.
Verdade, verdadinha não teve nada de romântico. Foi até bastante doloroso e atabalhoado, nada como eu estava à espera, nada como eu imaginara através dos filmes que vira, em que havía uma sedução constante e um prazer extremo.
Pois é, a grande questão é que a vida não tem nada de sétima arte e alguns momentos foram prova disso.
Acho que cheguei a ter raiva ao rapaz, culpei-o da dor que senti ao romper a minha virgindade, de todos os sonhos a esfumarem-se pela falta de jeito dele.
Agora penso nisso e acho que também foi a primeira vez dele, provavelmente deve ter ficado a pensar o mesmo de mim... ou então foi de eu ter corrido com ele, agressiva, acusatória, um prazer quase maldoso em atirar-lhe à cara o que eu esperava e não tinha acontecido.
Sei que ele não foi o meu primeiro amor.
Sei que ele foi um dos meus amores mas depois da primeira vez passou também a ser um dos meus primeiros ódios.
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