terça-feira

Mesmo sem corpo - esse ficou vitima de um qualquer atropelamento fatal - sigo a minha vida. Parece que apenas tenho uma cabeça, um cérebro que se faz um todo de um corpo, perdi os braços, as pernas, o peito, o que mora lá dentro. Segue o líder de tudo isto.
E ainda bem.
Tenho multiplas coisas para resolver, a empresa não pode parar, eu não posso parar, a vida não ficou à minha espera.
Ter-me fechado durante 24 h foi mais pernicioso que restaurador.
Contra factos não há argumentos e não vou debater-me mais sobre o que aconteceu.
No fundo nada aconteceu.
Nada para além do que já sucedera há um ano e cinco meses ou pouco mais.
Foi nessa altura que o assunto ficou resolvido, não há por que chorar, não se morre duas vezes.
E já o disse: o papel de viúva não me assenta nada bem, quanto mais o da minha morte.
Vamos!
Eu preciso de mim.

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