Quando conduzo abomino que me façam referências: olha o pisca, apita se não batemos, vais muito devagar, vais muito depressa, então esse ponto de embraiagem?
Encosto e peço que saiam.
Assim é o mesmo com o parceiro que me tenta guiar pelo seu corpo, que me pergunta se estou a gostar, que quer saber onde me dá mais gozo.
Caramba! Se fosse assim, mais valía entregar um livrinho de instruções antes do acto!
Pois que o verdadeiro prazer é adivinhar e experimentar no outro os caminhos que o/me fazem perder o tino e perder-se/me de si/mim.
A novidade é um click que se acciona a qualquer momento e gestos minimos e que parecem sem intenção podem desencadear um fogo enorme.
Há beijos que são o mesmo que fazer amor, tiram os pés do chão, falta o ar.
E estou absolutamente convicta que o tempo e o conhecer o outro não esgota a imaginação nem a arte do prazer.
Talvez por isso não entenda os que estão casados e encaram o sexo como uma missão a cumprir dentro dos designios do matrimónio. Acabam sempre por saltar a cerca à caça do entusiasmo perdido. Eles e elas, que isto do prazer é como o tango, tem que haver dois.
E fazer sempre o mesmo caminho com o outro a dar esticões no volante acaba mesmo por cansar e um dia não se quer tirar mais o carro da garagem.
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