segunda-feira

Depois de desligar o telefone tive uma visão como que a antecipar uma realidade que me fez torcer o nariz.
"Beijoquinhas".
Que raio são "beijoquinhas"? Eu lá sou mulher que aprecie "beijoquinhas"?!
Mas deixei passar, tinha a cabeça a mil com o projecto do coreano (são uns chatos, mas pagam como principes) e à noite quando nos encontrássemos tería oportunidade para clarificar as "beijoquinhas".
Foi tudo muito agradável até ao momento dos preliminares. Estávamos em casa dele, os dois apenas, mais ninguém, a situação exigía que ficássemos ali na sala, por cima da mesa se possível, já estavamos os dois bem quentes, não percebi quando meneou a cabeça e me disse baixo: "Aqui na sala, não, aqui não. Vamos para o meu quarto, estamos melhor" e começou a puxar-me.
Confesso que me surpreendeu totalmente!
Fiz força no meu sentido e ficámos naquela situação ridicula de cada um a puxar para o seu lado.
E ele a insistir, "Aqui não, podemos sujar, caír algum pingo..."
Larguei-lhe a mão, ele recuou um pouco ao ficar sem amparo, abotooei a blusa, agarrei no casaco e na carteira e saí porta fora.
Enquanto esperava o elevador lembrei-me das "beijoquinhas". Voltei atrás, encostei o dedo na campainha até ele abrir a porta.
- Não me ligues nem me procures mais. Beijoquinhas também para ti!

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