Se de vez em quando não me divertissem estas sessões já teríam acabado há muito.
Já corri vários e tudo acaba sempre do mesmo modo: eles analisados. Houve um que se apaixonou por mim e quando lhe contava as minhas cenas intimas ficava sempre numa aflição para esconder a erecção que lhe empinava as calças. (Não está certo! Eu é que pagava e ele é que ficava excitado!).
Há vários tipos, a minha preferência vai para os que suspiram muito enquanto tiram notas. Elas são mais dificeis, mais impenetráveis, controlam-se melhor e muitas vezes depois de um debate saía de lá mesmo cansada pois era uma luta a ver quem primeiro vinha abaixo.
Mas em termos finais o resultado é sempre o mesmo.
Falemos de mim, então.
Do meu saco de lixo cheio, o tal que tinge de sangue até aos cotovelos e que horroriza os melhores profissionais quando lhes descrevo esta imagem. Querem resumir tudo a uma cena de sexo mas afinal não tem nada a ver com isso e quando o descobrem! Pois é, aí é que está! Isto não é um mal de sexo. Então é de quê? De desamor? De infelicidade profunda? de completa realização e sem mais objectivos a alcançar? É o suicidio em vida? A descrença total e profunda de toda a humanidade?
Não.
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