sábado

Tal como as mulheres há homens lindíssimos que não encerram novidade alguma dentro deles. Elas preocupam-se em serem uma cara bonita, eles em terem um bom desempenho sexual.
Não me serve este tipo de homem, preciso que fale da vida, de artes, de poesia. Mas dispenso aqueles que vêm até mim comungar sobre antigos amores ou a última decepção amorosa e ainda os outros que falam até à exaustão sobre as suas capacidades e me comparam a todo o instante à fulana X ou Y.
Detesto comparações. Olha se eu os fosse comparar entre eles, dar-lhes uma pontuação na minha escala pessoal e transmitir-lhes o lugar em que ficaram? Decerto murchavam no minuto!
Há toda uma conversa que precisa de ser feita numa aproximação a dois, declarar o jogo ao fim do primeiro tempo é desmotivador, é igual a ir-se directo ao assunto sem passar pelo jogo dos olhares e dos toques, saltar os preliminares e afundar-se num poço seco.
Perde-se o encanto, o esmero, a vontade.
O que constrói um momento que se lembra, "o momento" é precisamente o percurso feito e é isso que me cativa e me leva a dar o troco.

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