sexta-feira

Quando nos separámos um amigo meu bateu-me à porta, abraçou-me, sentámo-nos no sofá, eu com a cabeça nas suas pernas e ele a fazer-me festas no cabelo.
Não dissémos uma palavra. Não era preciso.
Depois tomámos um bom cognac aquecido em frente à lareira. Era Inverno e soube muito bem, reconfortou-me. O meu amigo foi-se embora quando eu lhe pedi, sem explicações nem desculpas.
Lembro-me como se fosse hoje...
Fiz a coisa mais estúpida que se possa imaginar.
Entrei no quarto e cheirei a almofada dele, vieram-me as lágrimas aos olhos, uma coisa mesmo lamechas e incontrolável.
Nessa noite dormi no quarto das visitas.
Achei-o incómodo. Frio. Horrível.
Não sei como podem os meus amigos gostar tanto de ali ficar como me dizem.
Tinha idéias de mudar a decoração daquele quarto.
Não sei porque passado tanto tempo ainda não o fiz.

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