quarta-feira

Hoje trouxeram-me para o jardim.
Tanta luz, tanta cor, o verde é tão verde.
Pedi o portátil mas a enfermeira, uma mulher gorda com uns braços que parecem umas pernas de um lutador de sumo não saíu do meu lado, sempre a ver o que eu lía, o que eu escrevía.
Não consigo aceder ao mail da empresa, não me recordo das senhas e demoro imenso tempo a carrgar nas teclas. Tudo parece desenvolver-se a uma velocidade diferente daquela que tenho vontade, da que as minhas mãos pretendem executar mas lentas, muito lentas parecem não me pertencer.
Tenho a língua áspera, os lábios secos e gretados e ardem-me.
Não sei se estou a sonhar ou se estou em tempo real, a dimensão das coisas alterou-se e vejo com alguma dificuldade, tudo parece ondulado como se tivesse sido atingido por um calor imenso.

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