quinta-feira

Sou completamente possessiva relativamente às minhas coisas, não suporto que lhes mexam, que as virem e se deparo com alguém que me questione de onde veio, onde comprei, quanto custou, calo-me. Mas o meu olhar é fulminante e entendem de imediato a mensagem.
A empregada tem instruções precisas quanto às minhas coisas. Sempre as respeitou e por isso está comigo há muito tempo.
Como já disse, não tenho a menor vocação para fada do lar mas não permito que ninguém arrume a minha roupa, nem mesmo a empregada.
Esta forma ciosa de lidar com as coisas, objectos, não pode ser encarada como um egoísmo, eu não o acho. Apenas sinto que todos eles me são importantes e não têm que ter marcas ou cheiros de outros que não os meus.
Não colecciono objectos nem amontoo coisas que não me fazem falta: rodeio-me de conforto, quer para o corpo quer para a vista, nada mais.
Não cobiço nada do alheio nem tenho vontade de ter apenas pelo prazer de ter.
Cá em casa só existem coisas utilizáveis e por essa razão há espaço suficiente sem me esbarrar de lá para cá entre mil e um entraves que não têm objectivo algum.
Não ligo objectos a pessoas ou a momentos passados.
Se assim fosse tería dado rumo a muita coisa para bem longe de mim.
Não querería nada que me ferisse os sentidos.

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