quinta-feira

A minha realidade é esta: sobreviver o melhor possível com a falta do meu chefe de equipa até encontrar alguém que ocupe o seu lugar. Apenas o lugar, porque a nível de competências, conhecer as jogadas de bastidores, os meandros das rivalidades no negócio e o sentido de oportunidade só mesmo ele. O Magalhães.
O escritório está barulhento como nunca esteve. Batem à minha porta por tudo e por nada e embora conheça bem com quem trabalho, apercebo-me de uma série de pequeninas coisas que simplesmente não chegavam à minha sala porque o Magalhães barrava-as e tratava delas. Desde a encomenda para o papel higiénico à máquina do café avariada, do cliente que telefonou a dizer que chega uma hora mais tarde e coincide com a hora marcada de outro aos amuos públicos do Daniel e da Paula tudo acontece.
O Magalhães dava a volta a isto tudo. Faz-me falta. Mas não me faz falta alguém que não saiba o seu lugar e aqui quem manda sou eu.
É verdade que fiquei desconcertada com a reacção dele quando o beijei.
Não esperava... Aliás, sempre achei que ele tinha um fraquinho por mim e só não se aventurava mais porque eu tinha a porta fechada. Depois aquela cena todas das flores do admirador secreto. Ainda mais me deixou convencida. Já para não falar da sua permanente presença durante este tempo todo que estive ausente daqui. Os seus cuidados. O chocolate negro. A sua permanente paciência para me esperar.
Estava eu preocupada como iría ser... agora está resolvido.

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