terça-feira

- Entre e feche a porta.
- Passa-se alguma coisa?
- Sabe quem manda aqui?
- Isso tem resposta?
- Mais do que saber a resposta é importante que o interiorize.
- Não estou a perceber...
- É bom que não esqueça, nunca, que fui que criei esta empresa e sou eu que mando nela. Sem direito a intervenções de mais ninguém a não ser a minha vontade.
- Continuo sem perceber.
- O que eu quero dizer é que o que se passou, é passado. Não tem qualquer interferência no que se passará. Ou no que voltou a ser desde ontem. E nem mesmo o facto de você Magalhães me ter ajudado terá qualquer vantagem sobre a direcção da empresa. Você é o Chefe de Equipa e ponto.
- Porque será que as sua palavras me cheiram a ameaça?
- São um aviso, não uma ameaça. Só para o caso de você achar que as coisas mudaram lá porque me viu virada do avesso.
- Ou será que isto é uma vingançazinha por causa do que se passou? Ou do que acabou por não se passar?
- Que estupidez! Não misture as coisas!
- Desculpe! Você é que está a misturar as coisas!
- Ridiculo! Ridiculo!
- A grande dama de ferro estica o seu braço e castiga o empregado! Lindo... Só porque ele não estava à disposição dela como os outros...
- Tenha cuidado com o que diz! É bem capaz de se arrepender amargamente!
- Amarga! É isso que você é! Que pensa? Que estou rendido aos seus encnatos? Bastava um beijo e zás! Eu caía redondo! Deve andar com muita fominha!
- Calhordas!
- Ressabiada!
- Seu cabrão impotente!
- Frigida!
- Saia! Saia e feche a porta! Arrume as suas coisas e ponha-se na alheta! Está despedido!
- Até que enfim! Eu saio. Até me faz um favor... está preparada para pagar? Ou pensa que isto fica resolvido com os seus gritos? Tenha paciência, mas a sua cara não me mete medo.
- Saia. Feche a porta quando saír.
- Eu fecho. Fique aí, sózinha, a brincar aos patrões. Mas sózinha! Como sempre! Ciao!

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