terça-feira

O Magalhães comportou-se à altura de um motorista profissional: abriu-me a porta, fechou-me a porta, suportou as apitadelas dos restantes condutores para me deixar à porta do cabeleireiro e esperou dentro do carro, pacientemente, horas. Sim, horas. Eu estava numa lástima. Mas quem tratou de mim soube renovar-me e quase, quase, me cheguei a sentir como a Edna de outros tempos.
Não fossem as tremuras que ao invés de abrandarem cada vez aumentam mais e tudo tería sido considerado como uma veneta de uma mulher excêntrica.
Acho que ficaram a pensar que me tornei uma viciada em risquinhos brancos...
O dinheiro cala tudo, compra tudo.
Bastou adivinharem a minha intenção de uma boa gorjeta para me passarem à frente de toda a gente e calarem a boca com algumas perguntas que dispararam mal entrei a porta.
Que mal vai este País de Portugueses!
Que mal que ganham os Portugueses e os levam a comportar-se como um bando de hienas esfomeadas pela disputa do meu pedaço de gratificação. Era ver quem mais se acotovelava para me prestar vassalagem. Ou ao meu dinheiro.
Acho que nunca me tinha apercebido desta realidade com tanta nitidez.

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